Manual de Gestão da Cooperação Técnica Sul-Sul

A cooperação técnica entre países em desenvolvimento é uma das modalidades com maior volume de resultados positivos no quadro geral dos fluxos de intercâmbio “Sul-Sul”. No que diz respeito ao Brasil como ator desse processo, sem prejuízo das relevantes ações de intercâmbio técnico conduzidas anteriormente entre instituições brasileiras e suas congêneres na América Latina, a concepção de uma agenda de cooperação técnica Sul-Sul pelo Governo brasileiro como um dos principais vetores de suas relações internacionais foi medida relativamente recente, de pouco mais de três décadas.

A criação da Agência Brasileira de Cooperação em 1987 estabeleceu um divisor de águas na visão do Governo brasileiro sobre o papel da cooperação internacional para o desenvolvimento. A ABC foi concebida com base na visão do Brasil como um protagonista dos mencionados fluxos de intercâmbio internacional e não apenas um ator passivo de contribuições financeiras e de assessoria técnica oriundas do exterior. Essa mudança de paradigma no desenho e implementação das estratégias e ações da cooperação internacional brasileira somente foi possível com a evolução do País, da estruturação e do desenvolvimento de instituições públicas e não-públicas com excelência técnica em diversos setores. A crescente inserção internacional do Brasil demonstra ser um processo inexorável.